- UMA DECIFRACAO DO SABAT
Do séc. XIV ao séc. XVII, os homens e as mulheres acusados de feitiçaria afirmaram ter participado no Sabat, onde, de noite e na presença do diabo, se entregavam a festins, orgias e à profanação dos rituais cristãos. De onde vem, afinal, o Sabat? Terão os acusados confessado, muitas vezes sob tortura, o que os juízes deles esperavam? Segundo Carlo Ginzburg, as coisas nem sempre se passaram assim. Nalguns casos, a diferença entre as perguntas dos juízes e as respostas dos acusados deixava entrever elementos ligados a uma cultura mais profunda. Partindo daí, Ginzburg procurou recompor as peças dispersas de uma história nocturna, abordando movimentos contra os leprosos, judeus, heréticos e feiticeiros. Isso levou?o a investigar uma antiga cultura de fundo xamânico e a desembocar na identificação de formas da experiência de morte e do além com as estruturas narrativas.