Em Judaísmo para todos, Bernardo Sorj, defende a pluralidade da religião judaica. Ele mostra como a maioria dos pensadores judeus e dos movimentos sociais judaicos modernos definiram seu judaísmo sem referência à crença em Deus e seus mandamentos. O autor faz um breve panorama da história da religião e revela as causas da atual crise pela qual o judaísmo moderno passa. O livro apresenta uma visão da história judaica em que a doutrina se adapta à sociedade e aos novos valores. A questão central, segundo o autor, é escolher o judeu que cada um quer ser. Bernardo Sorj revela como, atualmente, grande parte dos judeus não se filia a correntes religiosas e é cética em relação à existência de Deus. Ele explica que isso ocorre devido ao apelo decrescente dos movimentos judaicos não religiosos, como o Sionismo ou o Bund, que renovaram o judaísmo no século XX.Segundo o autor, a crise do judaísmo moderno é fruto das transformações que as comunidades judias e as sociedades de uma forma geral sofreram nas últimas décadas. Para Sorj, a globalização, a disseminação do discurso dos direitos humanos e o multiculturalismo minimizaram o conflito da condição judia. Esta nova condição revelou os problemas e as contradições da percepção da realidade até então reinante.As ideias do autor podem ser exemplificadas por grandes personalidades da história que assumiram uma postura diferenciada em relação ao judaísmo: Freud, Einstein, Spinoza, Hannah Arendt, Modigliani, Chagall e Kafka não se basearam em livros sagrados ou mandamentos divinos para afirmar uma identidade judaica.