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Descrição
Capa dura, com 554 páginas
Logo nos primórdios da humanidade, há indicações seguras na Torá sobre a origem das preces. Desde o surgimento do primeiro homem, Adam, fruto da criação do Eterno, nós sentimos a necessidade de rezar, seja porque estamos maravilhados com o mundo à nossa volta ou porque necessitamos de amparo perante nossas angústias. Adam rezou e exclamou sua gratidão quando foi apresentada a ele sua esposa, Hava. Caim e Abel levaram as primeiras oferendas a um altar muito antes de a Torá ordenar os  rituais dos sacrifícios (Corbanot).
 
 A reza nasceu com o homem. O Talmud (Tratado Berachot 26b) afirma que foram os nossos Patriarcas que estabeleceram as rezas: Abrahão, a reza da manhã (shacharit); Isaac, a reza da tarde (mincha), e Jacob, a reza da noite (arvit).
 
O homem criou a reza. Ao longo da história, as Tefilot (rezas) foram produzidas de forma espontânea, com textos livres e em períodos e horários aleatórios. E isso permaneceu assim até que, por volta de 458 a.e.c., Ezra reuniu profetas e rabinos na Grande Assembleia de 120 componentes. Naquele período, o povo sofria pelos quase 70 anos de exílio babilônico. As pessoas não sabiam mais o hebraico e nem como rezar. O que rezar? Em que lingua rezar? Foram esses eruditos que elaboraram os textos litúrgicos até a compilação do Sidur (livro de oração), que foi uma solução didática para organizar
e recolocar cada judeu em condições de voltar a rezar ao Todo-Poderoso. O homem organizou o Sidur. Nossos sábios formularam então uma fórmula que organiza toda reza em três momentos subsequentes: o primeiro deve ser dedicado ao louvor; o segundo, aos pedidos, e o último, aos agradecimentos - e isso nos acompanha até hoje em dia. A situação atual não é diferente daquela vivida por Ezra e sua equipe, e talvez ela seja até muito mais difícil e complexa, pois já são quase 2000 anos de exílio e diáspora depois da destruição do segundo grande Templo pelos romanos. Ficamos forçosamente longe das fontes judaicas. Hoje foram acrescidas outras tantas perguntas, tais como:
Por que rezar?
 
Porque os textos são fixos e, ainda por cima, em hebraico? Por que existem tantas leis para regrar a liturgia? Por essa razão, quero expressar aqui os meus mais sinceros sentimentos de gratidão ao Senhor do Universo, que nos abençoou em cada fase desse projeto para apresentar essa obra. Procuramos trazer tudo que possa aproximar cada judeu de Hashem! O novo sidur da Sinagoga Ohel Yaacov traz as rezas da semana e do Shabat, bem como orações que acompanham o ciclo da vida, com sua tradução e transliteração, além de explicações e leis, para que toda reza tenha, mais significado. Esperamos que todos Saibam que, desde a Criação do Universo, tudo que o ser humano necessita e consegue nesse mundo surge a partir de preces ao Criador. Hashem, na Sua infinita bondade, quer te abençoar e aguarda você abrir a porta do seu coração e rezar. Assim o Rashi desenvolve essa ideia,
quando a Torá relata que, no terceiro dia da Criação, a vegetação fora criada mas não subira à superfície, pois "Deus não tinha trazido ainda a chuva sobre a terra e não havia o homem para trabalhar o solo" (Bereshit 2:5). O mundo aguardava o homem para trabalhar o solo, principalmente com as suas preces!  A literatura do Midrash (Devarim Rabâ 2:17) cita que houve rezas
que foram atendidas depois de 40 dias ininterruptos! Moisés foi o autor delas. Outras, como as do profeta Daniel, foram atendidas depois de 20 dias. O profeta Jonas obteve êxito depois de 3 dias! Muitos poderão perguntar: e quando nós seremos atendidos?  Olhe ao seu redor e você perceberá que há motivos de sobra para agradecer. O Rei David nos avisa:
Confia Nele! Assim fortalecer-se-á o teu coração por depositares no Eterno toda a tua confiança." (Salmos 27:14).
 
Um judeu nunca perde a esperança mesmo quando não é atendido de imediato, pois ele tem um Sidur em suas mãos e volta a insistir em suas preces! Os textos milenares do Sidur possuem uma força espiritual gigantesca, apesar de compostos há quase 1900 anos, Eles não retiram a emoção das nossas rezas, pois com a uniformização das preces conseguimos atingir um valor máximo; o de garantir igualdade de condições a cada judeu que se dirige a Deus! Pois será que saberíamos expressar nossos sentimentos se o texto litúrgico fosse livre? Será que rezaríamos na primeira pessoa do plural, como consta em nossos livros de orações? Portanto, além da igualdade, o Sidur traz para nós o sentimento de pertencer à coletividade. O Rabi Shimon Bar Iochai reforça essa ideia no Talmud, ao ressaltar a importância de se rezar com minyan (quorum) na sinagoga, de que nenhuma reza recitada dessa forma deixará de ser recebida! (Tratado Berachot 6a e 7b). E ainda, o Rabi Tossef Karo recomenda àqueles que não conseguiram chegar à sinagoga para rezar com minyan, que ao menos rezem no local onde se encontram no mesmo horário em que sua comunidade estiver rezando (Shulchan Aruch, Or Hachayim 90:9). De fato, pertencer à coletividade é um valor de extrema importância. Ainda que o Sidur preencha bastante nossa necessidade de rezar, podemos usar nossas expressões e pronunciamentos livres para enriquecer ainda mais nossas preces. O Zôhar recomenda detalhar os pedidos. O Rebe Nachman de Breslav dizia para "conversar com Deus" na hora da reza. O nome do Sidur - Halichot Sofia - é uma homenagem a Sophia Shalev Shasho bat Rachel Z"L, e agradecemos ao Sr. Koby Shalev Shasho a seus filhos Izy e Sylia Shalev Shasho e Rafael e Juliana Picciotto pela viabilização deste projeto. Que Deus os abençoe com saúde, alegrias e prosperidade!
 
Muito oportuno ressaltar que, embora a reza tenha nascido com o homem e ele a tenha criado, destacamos que foi a mulher que ensinou o homem a rezar. Hana, ao orar para ser agraciada com um filho, criou os procedimentos que servem de guia para todo judeu em suas preces, como rezar com Cavaná (concentração), em voz baixa, pronunciando as palavras e não apenas as lendo com os olhos. E o resultado das prece dela foi o nascimento do Profeta Samuel. Somos um povo privilegiado, que se aproxima de Deus recitando as palavras "Baruch ata - "Bendito seja você, Deus", tamanha a nossa intimidade com Ele -, mas que demonstra respeito e reverência a Ele ao recitar "mêlech haolam" e reconhecendo-O como Rei do Universo. Saibam que uma das razões da sustentabilidade do mundo é a certeza de que cada um de nós está rezando em igualdade de condições, com o Sidur Halichot Sofia, por exemplo, na busca do bem-estar e de bênçãos para toda a coletividade. Chanuca 5779. Prof. Dr. Rabino Samy Pinto